sexta-feira, 25 de março de 2011



Acorde, garota! Você é linda, inteligente, tem um ótimo perfume e seus olhos brilham mais que um punhado de purpurina. Por que chora? Perdeu em alguma esquina seu encanto?! Ninguém pode tirar de você seu mais belo sorriso, motivo de idas e vindas saltitantes. Coloque sua música favorita para tocar, respire fundo e faça o que de melhor sabe fazer: ser você.
(Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 15 de março de 2011


O poder de transformação da leitura

     Uma das características da sociedade atual é o fato de ela ser considerada a “sociedade do conhecimento e da informação”. Para que a afirmação seja realmente verdadeira é indispensável a prática da leitura.  Ler é o ato de identificar e compreender o que está escrito e muitos são seus benefícios. Enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação são apenas alguns deles.
     Através da leitura um mundo de possibilidades se apresenta aos nossos olhos. Podemos viajar de um continente a outro, atravessar oceanos, descobrir outras culturas e aprender com elas sem sequer dar um passo. Ficamos íntimos de personalidades atuais e de séculos passados, conhecemos suas histórias e suas contribuições para o desenvolvimento da humanidade sem ao menos ficarmos diante delas.
     Saber ler e compreender o que os outros dizem é tão fundamental que nos difere dos animais irracionais, por exemplo. É por meio dela ainda que o homem toma consciência de si e do mundo que o cerca. Descobre quem é e que pode ser quem e o que quiser.
Foi por seu intermédio que certos homens mudaram o curso de suas vidas e da própria história. Foi por meio dela que a humanidade evoluiu na medida em que produzia o pensamento.
     Logo, ela é um órgão de uso intenso para a formação e sustentação de pessoas críticas e conscientes. Quando tomarmos, portanto, consciência de sua importância e de seu poder de transformação, quando nos tornarmos realmente leitores seremos, de fato, uma sociedade mais desenvolvida, livre e justa.

Natália Pirola

segunda-feira, 14 de março de 2011



VERBO SER

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 9 de março de 2011



Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem diga nem todas, só as de verão. Mas no fundo isso não tem muita importância. O que interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre. Em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.
Shakespeare

sábado, 5 de março de 2011





Quem me vê sempre parado, distante
garante que eu não sei sambar
estou me guardando pra quando o carnaval chegar
eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando
e não posso falar
tou me guardando pra quando o carnaval chegar...

Engenheiros do Hawaii

quarta-feira, 2 de março de 2011



Ser feliz consigo mesmo
em sua própria companhia
na mais pura solidão
é razão de alegria
ou não?

(Tereza Zambrini)

Minha Primeira Matéria



Pirangi implanta medidas de segurança para menores

Medidas como a proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos e a proibição do ingresso e permanência de crianças e adolescentes em diversos tipos de eventos – exceto jovens entre 16 e 18 anos acompanhados por responsável legal – foram implantadas no município de Pirangi(SP), pelo Ministério Público, desde a instituição do Foro Distrital.
O objetivo é garantir que os jovens estejam participando de eventos adequados às diferentes faixas etárias; bem como a proteção destes e redução dos atos infracionais consequentes do consumo de drogas lícitas e ilícitas por menores.
A fiscalização de tais normas tornou-se mais eficaz desde novembro de 2010, quando assumiu um trabalho em conjunto com o Conselho Tutelar e a Polícia Militar, e tem dividido opiniões. De um lado, pais preocupados com a segurança dos filhos. De outro, adolescentes reclamando pela liberdade perdida com as novas leis.
Para Izilda N. dos Santos, mãe de uma adolescente, as mudanças não influenciaram o comportamento da filha. “Minha filha não costuma frequentar bailes porque acredito que ainda não tem idade suficiente para isso. Confio muito nela, mas fico preocupada com o que os outros podem fazer", explica.
Izilda ainda diz que concorda com as leis, mas que elas têm de funcionar para todo mundo. “Elas protegem e controlam aqueles que ainda não são responsáveis por si. Não vejo mais tantas crianças bagunçando pelas ruas, isso só é possível com fiscalização séria”,observa.
A filha, T.A.S., 16, discorda e diz que as normas são repressivas demais e sufocam a liberdade dos jovens. “Nesta cidade, as opções de lazer já eram muito poucas, depois dessas leis, nós, adolescentes menores, não temos praticamente nenhum divertimento. É por isso que não acredito na eficácia delas, porque sem nada para fazer, criamos nossas próprias festas em que não há fiscalização alguma”, completa.
Este é um problema que o Conselho Tutelar busca solução. Com as novas medidas de proteção à juventude, os problemas com menores foram reduzidos em 50%, juntamente com uma significativa redução no número de eventos na cidade.
Cíntia M. Miranda, membro do Conselho, conta que essas novas normas ajudaram a amenizar os problemas, mas não conseguirão extingui-los, porque os próprios pais incentivam os filhos a frequentarem as festas e depositam no Conselho Tutelar a responsabilidade de zelar por eles e educá-los. “É aí que, nós, conselheiros, encontramos dificuldade. A educação é papel da família”, explica.
A conselheira tutelar retorna a questão levantada pela adolescente de que, com a proibição da entrada de jovens nos eventos, eles passaram a fazer “festinhas particulares” e nelas a distribuição de bebidas e o consumo de drogas se dá sem controle. “O Conselho não consegue ter acesso a esses tipos de festas. A diminuição do número de problemas com menores relatados ao Conselho tem também relação com isso e não apenas com as normas impostas”, afirma.
Para o sociólogo, José Eduardo Oliveira, o real problema da violência, do uso de drogas e do abuso do álcool por parte da criança e do adolescente não será resolvido com medidas autoritárias. Ele explica que tais normas encarnam o espírito repressor. “Querem resolver as coisas tutelando, controlando e reprimindo. O que falta para a juventude são oportunidades, cuidados sociais e políticas efetivas de preservação de direitos. Medidas como essas são meramente punitivas, restritivas. Não sou jurista, mas entendo que elas violam o direito constitucional de ir e vir e o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente”, completa.
Segundo o Ministério Público, as novas normas de segurança obtiveram bons resultados desde a sua implantação e todos os esforços estão agora concentrados na conscientização da população sobre elas e no aperfeiçoamento da fiscalização já implementada. Desta forma, não há previsão para adoção de novas medidas.

Repórter: Natália Pirola


Bati a porta implorando a certeza de que o mundo ficaria lá fora. Atirei-me no sofá marinho e surrado como se atira pedras ao fundo de um poço. Era um corpo frio, já morto e anestesiado pela podridão das dores. E lá dentro apenas eu. Meu eu que, naquela noite, nem me pertencia mais. Desejava a escuridão como companhia; A falta de luz sempre me fascinou. Era extasiante ver a cor negra das trevas já penetrando em mim. Fechei os olhos, buscando no inconsciente a perda total dos sentidos. Queria o nada e queria-o agora. Abri os olhos, numa luta contra meus próprios delírios e contra a realidade nua e crua e cruel daquele lugar, dos móveis de madeira escura e fria ao meu redor, dos densos devaneios que me atormentavam... Insana, insana vida! Tranquei-os. Tornei fechar meus olhos, desta vez com o pouco que ainda restava-me das forças, afim de exterminá-las. Vi a escuridão e seus monstros e meus monstros. Desejava-os. Rogava pra que tomassem aquele meu corpo sujo e largado.Via seus dentes negros e afiados. Negros e afiados. Vinham e se faziam cada vez mais próximos. E eu tremia e desejava-os. Aquele medo do desconhecido e feio, do sem luz e mau atormentava-me. Aquele medo excitava-me. E eu tremia e gemia e meus gritos suados e vermelhos queimavam de febre e faziam meu sangue percorrer minhas grossas veias cada vez mais rápido. Minhas batidas pulsavam na frequência de um furacão. Devastavam-me. Meu sangue jorrava. Vermelho vivo e quente e cheirava a podre. Agora, eu chorava. Insana, insana vida! Minhas lágrimas queimavam. Ardiam feito fogo. Chumbo, tinham a cor do chumbo; Pesado, escuro e denso. Domina-me! - Eu gritava ainda mais forte. Tremia e o sangue jorrava. Fazia rios em mim. E os monstros voltavam e iam e voltavam. Suas bocas largas pareciam engolir-me Sopravam tempestades e eu relampejava. Pedia por raios, faíscas, trovões... Pedia por fim, por morte, por mim. Clamava por vida... Outra vida!

Natália Pirola


E olhos e olhares
E braços, pernas, vento e ventania
E boca e dentes
Sorrisos e lábios
E beijos
Beijos e beijos
E brisa.

Sim! Um pouco mais de vida, por favor!

Natália Pirola

Eu canto os desejos teus
Nos devaneios do teu ser, eu deliro
Quero os teus lábios
Teus doces lábios, meu amor eu suplico
Sentindo teu corpo quente pesando agora sobre o meu
Quero viver dos teus sonhos
Minha boca cálida beijando os olhos teus...

Natália Pirola